sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quem dança seus males espanta!


                                                            Foto: Filme Dança Comigo?

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."
                                                                                                                                  Friedrich Nietzsche




Pois é, espantar os males não é só privilégio de quem canta! Para quem teve oportunidade de dançar, alguma vez que seja, deve entender bem o que estou falando. Nem precisa ser profissional de dança para experimentar a sensação de prazer que ela proporciona. E ainda tem uma série de benefícios químicos, emocionais, sociais e físicos.

Dançar libera substâncias hormonais que atuam no sistema nervoso gerando sensação de bem-estar e prazer. Estes neurotransmissores auxiliam diretamente na redução do estresse e ansiedade, além de prevenir os transtornos depressivos.

A cada passo e coreografia aprendida, uma etapa superada. Este exercício de superação e autoconfiança, aumenta a autoestima, refletindo em outras áreas da vida. Divertindo-se, você ainda trabalha a timidez, tornando-se mais sociável.

Ainda temos os benefícios físicos! Além de manter a forma, modelar o corpo, melhorar a postura e flexibilidade, a dança também previne problemas cardíacos e respiratórios. Além disso, o adepto desta atividade tem a oportunidade de exercitar a coordenação motora, o equilíbrio, além de desenvolver a disciplina, o raciocínio e a concentração.

Não podemos esquecer, que como toda atividade física orientada, dançar possibilita queimar calorias. Confira abaixo a tabela elaborada pelo preparador físico José Rubens D’Elia, para o Programa Bem Estar, onde compara o gasto calórico de cada modalidade de dança.



Quando estava concluindo esta postagem, lembrei-me de uma apresentação que assisti de dança em cadeira de rodas. Desde esse dia fiquei pensando: é só querer, todo mundo pode! Poucas são as contraindicações. Para as pessoas que tenham restrições médicas, é importante a avaliação e/ou acompanhamento de profissional especializado.

Fica minha sensação: para dançar não importa idade, sexo ou mesmo habilidade. Basta a simples vontade de experimentar um momento único, onde os problemas diários dão espaço para o bem-estar e o prazer. E, mesmo ainda quando não posso dançar, o simples ato de assistir uma boa apresentação, para mim é terapêutico. Espanta os males da mente, do corpo e da alma!

Solte-se, divirta-se, dance!

Abraço Virtual,
Adriana Monteiro


                                    "Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança
                                    Mas a paixão que vai na alma de quem dança."

                                                                                     Augusto Branco


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Estresse X Desempenho Esportivo

Foto: Getty Images


Esta semana ao rever a tabela de medalhas dos jogos olímpicos de Londres, acabei encontrando um novo objeto para minhas reflexões: o quanto o estresse contribui nos resultados dos atletas em competições?

Sabemos que o estresse é uma reação natural do organismo em resposta a uma necessidade de adaptação. Porém, uma situação será mais ou menos estressante de acordo com a interpretação e importância que damos a ela.

Isso não é diferente para os atletas. O nível de estresse envolvido em uma prova ou competição está diretamente relacionado com a percepção da situação, bem como com a sua capacidade em lidar com ela. Portanto, os atletas respondem de maneira diferente aos estímulos internos e externos durante uma competição.

Em doses adequadas o estresse é benéfico, funcionando como fonte de motivação. Libera hormônios estimulantes em nossa corrente sanguínea, favorecendo o desempenho. Mas se não bem gerenciado, atinge níveis excessivos o que pode levar o atleta ao descontrole de seus processos cognitivos, emoções e ações, produzindo reações vegetativas, motoras e emocionais.

Perder ou ganhar faz parte da vida de qualquer atleta. A frustração, decepção, o não atingimento das metas estabelecidas, tudo isso faz parte do dia a dia de quem pretende chegar ao ponto mais alto do pódio. Porém para se chegar lá, é necessário passar dessas etapas, superar e superar-se a cada treino, a cada novo desafio.

Um assunto bem comentado nestas últimas semanas foi referente ao desempenho de nossos atletas nas Olimpíadas de Londres. É natural que pessoas que estejam envolvidas em processos competitivos sejam alvos constantes de observações, opiniões e julgamentos. A tensão gerada por esta situação, somada a outros aspectos envolvidos no processo, pode criar expectativas, objetivos e pressões inadequados para seu desenvolvimento como atleta.

Comentários como falta de concentração, excesso de expectativa, cobranças, elevado nível de tensão e ansiedade, pressão dos compromissos com patrocinadores, falta de apoio e infra-estrutura adequados para preparação, desequilíbrio emocional, ocuparam a opinião pública. A maioria imaginava um melhor resultado.

Em meio a tantas opiniões, resolvi dar uma atenção especial a um aspecto relevante neste cenário. Procurei refletir e entender um pouco o que está por traz de uma competição deste porte e, o quanto o estresse está ligado a esses resultados.

Competir, independentemente do nível ou modalidade do atleta, é uma fonte significativa de estresse. A competição é a oportunidade de mostrar em frações de tempo o resultado de todo o esforço, sacrifício e dedicação de anos. É ter que mesmo no meio de uma luta ou confronto, enfrentar desafios e demandas, superar os mais elevados níveis de exigência e encontrar disposição para continuar, mesmo diante das maiores adversidades.

A competição é palco de recordes, de vencedores, mas também de derrotados. Não há espaço para erros! É neste processo que se revela capacidades e habilidades, bem como deficiências. E, embora resumido a um momento, é o resultado da interação de múltiplos aspectos que irão definir o desempenho de cada atleta em particular.

Dessa forma, percebemos que além dos fatores inerentes ao processo competitivo, o atleta ainda precisa aprender a lidar com as situações adjacentes a este processo. Entendemos por situação inerente as que fazem parte direta do processo, sejam aspectos individuais (personalidade, expectativas e pressões internas, atributos físicos e técnicos, equilíbrio emocional, objetivos e metas), ou situacionais, específicos de cada modalidade esportiva (preparação e treinamento, adversário, técnico, arbitragem, torcida, infra-estrutura, patrocinadores, equipe). As situações adjacentes (conflitos familiares, ausência de vida social ou vínculos de amizade), não podem ser ignoradas mesmo não estando diretamente relacionadas ao processo competitivo.

O segredo de um bom desempenho passa por uma boa administração desses aspectos de uma competição. Poder aliar uma preparação e treinamento adequado, a uma convivência saudável e produtiva com a ansiedade e o estresse inerentes ao processo de todo atleta, é poder garantir uma maior administração das pressões e expectativas internas, do medo e da insegurança de não corresponder aos resultados esperados e da obtenção dos objetivos e metas estabelecidos.

Desta forma fica clara a necessidade de investimento em estratégias que possam auxiliar na redução do nível de estresse e ansiedade. O profissional de psicologia pode somar à preparação do atleta, trabalhando com este ou sua equipe, técnicas cognitivas e de controle bem como técnicas de relaxamento.

Não gostaria de concluir sem parabenizar os nossos atletas, independente de seus resultados. Para mim vocês já são vencedores por terem conseguido “fazer parte da história”. Fico torcendo que em 2016, no Rio, possamos todos presenciar o resultado de um planejamento integrado, que contemple o suporte e investimento necessário a todos os aspectos individuais e situacionais indispensáveis a um bom desempenho. E isto, começa agora!

Grande abraço,
Adriana Monteiro

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Estudo liga stress dos filhos à dieta da mãe durante gravidez


Ingestão de alimentos ricos em colina durante a gestação ajuda a ativar funções que controlam as tensões durante toda a vida, segundo pesquisa.

                       



Se você sofre de stress, a culpa pode ser da sua mãe ou, mais especificamente, do que ela comeu durante a gravidez. É o que diz uma pesquisa publicada no periódico Faseb, da Federação das Sociedades Americanas para Biologia Experimental. O estudo mostra que a ingestão de alimentos que contém colina – substância presente na lecitina de soja, bife de fígado ou gema de ovo, por exemplo – durante a gravidez afeta o modo como o filho vai reagir ao stress durante toda a vida.

Os pesquisadores encontraram uma ligação entre a ingestão de colina e alterações chamadas de marcas epigênicas – um mecanismo que pode “ligar” ou “desligar” uma função do gene, deixando-a ativa ou não. A colina ativa as marcas epigênicas ligadas aos níveis de cortisol, mantendo-o baixo. No organismo, altas taxas de cortisol estão relacionadas a diversas desordens, desde problemas mentais, até metabólicos e cardiovasculares.

Para chegar a este dado, os pesquisadores acompanharam o terceiro trimestre de gravidez de um grupo de mulheres submetidas a uma dieta repleta de alimentos que continham colina. Metade ingeriu a quantidade recomendada da substância, ou seja, 480 mg ao dia. A outra metade ingeriu quase o dobro da quantidade sugerida: 930 mg ao dia.

Para acompanhar o que acontecia no corpo das mães e dos bebês, eles coletaram sangue materno, sangue do cordão umbilical e da placenta. O objetivo era mensurar o nível de cortisol e a quantidade de genes que expressam o controle do cortisol. A conclusão foi que aqueles cujas mães consumiram grandes quantidades de colina mostraram níveis reduzidos de cortisol. “Esperamos que nosso dado contribua para o aumento da recomendação de ingestão de colina durante a gravidez, para reduzir o risco de doenças relacionadas ao stress durante a vida da criança”, disse Marie A. Caudill, pesquisadora da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.

Fonte: VEJA