segunda-feira, 9 de julho de 2012

Falta de tempo é o principal causador de estresse entre os brasileiros


Medo de demissões, muita responsabilidade e pouca autonomia para tomar decisões são alguns dos principais causadores de estresse entre brasileiros (Foto: Reprodução de TV) 



O tempo está cada vez mais curto para os brasileiros. A velha tática de dizer que não tem como ir a tal compromisso, simplesmente para escapar da obrigação, se tornou uma dura realidade. E o pior: a falta de tempo é a principal causadora de estresse entre a população do país.

De acordo com a pesquisa realizada em 2010 pela associação internacional dedicada à prevenção e estudo do estresse, a International Stress Management Association, Isma-Br, 62% dos brasileiros sofrem com a falta de tempo (sobrecarga e o excesso de tarefas) como principal estressor. A pesquisa foi feita com 1.000 executivos brasileiros (gerentes, supervisores e CEOs) de Porto Alegre e São Paulo, de 25 a 60 anos.

“O trabalho só aumenta, e esse trabalho é feito pelo mesmo número de pessoas”, explica a presidente da Isma-Br Ana Maria Rossi. Demissões, afastamento por motivos de saúde, e outros fatores só pioram a situação.

Em outra pesquisa realizada pelo Isma-Br, no ano passado, 69% das pessoas indicaram que a principal fonte de estresse está no campo profissional e não no pessoal. “Isso mostra que as pessoas estão ficando cada vez mais tempo no trabalho”, explica Ana Maria.

“Essa situação está interferindo nos relacionamentos das pessoas, no estilo de vida. A pessoa acaba diminuindo o tempo de sono para poder fazer tudo, para de fazer atividades físicas e fica mais suscetível ao estresse”, analisa.

Outros estressores são o medo de demissão (56%), seja ele real ou imaginado, e a falta de controle do próprio trabalho (41%), ou seja, muita responsabilidade, mas pouca autonomia para tomar decisões.

Para aumentar o tempo do trabalho, a alimentação também fica comprometida. Distúrbios de apetite são a queixa de 32% dos entrevistados, e 26% reclamam de problemas gastrointestinais como sintomas mais comuns do estresse. Não à toa. “As pessoas almoçam no trabalho, comem a chamada finger food, altamente calórica e com muito sal, ou pedem algo e comem na frente do computador”, exemplifica Ana Maria.

No ano passado, o INSS constatou um crescimento de 28% nos afastamentos causados por estresse. No primeiro semestre de 2011, a Previdência concedeu 109 mil auxílios-doença a trabalhadores que sofreram as sequelas do estresse. No mesmo período de 2010 foram cerca de 85 mil casos. Segundo Ana Maria, o principal problema de tudo isso é que, apesar de todas as estatísticas gritantes, pouco se faz para mudar a situação. “As empresas fazem ginástica laboral, shiatsu, mas essas propostas são paliativas. E, do outro lado, ou seja, os funcionários, não impõem limites”, afirma a presidente da Isma-Br.

A pesquisa anterior, feita pela Isma internacional, apontou o Brasil como o segundo país mais estressado no mundo, perdendo o topo do ranking para o Japão. A pesquisa, realizada em 2007 aponta que 70% da população economicamente ativa está estressada, o mesmo número dos ingleses. A diferença está no grau desse estresse, considerado agudo.

Dados da pesquisa ISMA-BR
1.000 executivos (gerentes, supervisores e CEOs) de PoA e SP, de 25 a 60 anos

Sintomas mais comuns
Físicos*
86% dores musculares, incluindo dor de cabeça
38% distúrbios do sono
26% problemas gastrointestinais
13% pressão arterial elevada

Emocionais*
81% ansiedade
78% angústia
73% preocupação
52% raiva

Comportamentais*
57% consumo de álcool/drogas prescritas ou de rua
53% agressividade
32% distúrbios de apetite
23% mudanças na libido

Padrões de comportamento
47% agridem. Desses, 18% tem explosão de raiva

Estressores*
62% Falta de tempo - sobrecarga /excesso de tarefas
56% Medo de demissão – real ou imaginado
41% Falta de controle – muita responsabilidade e pouca autonomia para tomar decisões
36% Conflitos interpessoais
33% Desequilíbrio esforço x gratificação

*Participantes identificaram mais de um item



Fonte: Globo Ciência

sábado, 7 de julho de 2012

"Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons!" Sigmund Freud