segunda-feira, 28 de maio de 2012

Acalme a mente com a meditação!





Quando pensamos em alguém meditando, logo vem em nossa mente uma pessoa sentada, com as pernas cruzadas (posição de lótus), as mãos viradas para cima sobre o joelho e entoando um mantra em busca de concentração. Mas, para conseguir meditar não é preciso seguir padrões tão rígidos. Ligada, muitas vezes, a práticas religiosas, a meditação é uma técnica de relaxamento muscular e desenvolvimento mental, com origens milenares que também pode ser praticada sem vínculos espirituais.
Existem várias técnicas de meditação que produzem efeitos diferentes na mente e no corpo. Porém, estudos científicos comprovam que a meditação transcendental (MT) é eficaz contra diversos males, além de ser muito fácil realizá-la no dia a dia. Na MT não há cunho religioso ou místico, nem é necessário esforço físico, pois ela utiliza impulsos naturais do corpo humano para atingir o máximo relaxamento físico e mental.
Se as técnicas forem realizadas corretamente é possível “esvaziar” a mente focando um objetivo (respiração, mantra ou objeto) que possibilitam relaxar. “A meditação pode ser praticada duas vezes ao dia de 15 a 20 minutos, de olhos fechados, em um lugar tranqüilo, com a ajuda de um mantra ou não. Ela leva a mente a um estado capaz de alcançar as camadas mais sutis do pensamento até se aquietar, e o resultado imediato é um repouso muito profundo”, diz Markus Schuler, professor da ONG Meditar (SP).
Há centenas de pesquisas em todo o mundo comprovando que com a meditação ocorre uma redução momentânea da atividade mental, dando condições para que a mente e a fisiologia repousem e o sistema nervoso inicie um processo de restauração e de reequilíbrio mental e físico, que proporciona um funcionamento ideal. Sendo assim, a MT melhora a saúde, confere maior clareza, calma, criatividade e capacidade de foco.
O praticante pode atingir um estado de relaxamento duas vezes mais intenso que o período de sono mais profundo, conhecido como R.E.M. (Rapid Eye Movement), tornando a mente mais tranqüila e alerta. A meditação é recomendada para qualquer indivíduo acima de 10 anos e não há contraindicação, já que não existem efeitos colaterais.
Os resultados aparecem logo nas primeiras semanas. “Inicialmente, há uma redução da ansiedade e aumento da capacidade de concentração. Em seguida, há mudanças psíquicas e físicas e os mais frequentes estudos mostram melhora de quadros de hipertensão arterial e de dor crônica. Além disso, a meditação é uma ótima opção terapêutica”, explica Roberto Cardoso, autor do livro Medicina e meditação – um médico ensina a meditar (Editora MG Editores).
(O repouso profundo que é experimentado durante a prática da meditação é considerado mais eficiente do que um sono reparador, uma vez que permite que o corpo dissolva naturalmente o estresse e as tensões diárias do cotidiano)
Além dos diversos benefícios à saúde, a meditação constante proporciona uma melhora no ambiente profissional. Pesquisas internacionais relataram que os profissionais que meditavam demonstravam menos ansiedade e tensão, consumiam menos cigarros e bebidas alcoólicas, apresentavam melhor desempenho profissional e estavam satisfeitos com o trabalho e as relações pessoais.
Para os iniciantes na prática, os especialistas recomendam manter a musculatura relaxada, sentar-se em uma cadeira confortável, com os braços apoiados e realizar uma respiração diafragmática (inspirar e expirar distendendo e contraindo o abdome lentamente), pelo nariz, de forma silenciosa e harmônica, de uma forma tranquila e constante, buscando sempre encontrar o bem-estar e a paz interior.
Uma outra dica importante para os interessados em meditação é frequentar grupos e conhecer as técnicas mais adequadas ao seu estilo e se dispor a praticar diariamente. “Qualquer um pode meditar. É necessário que o hábito seja incorporado a rotina sem grandes traumas, tornando-se uma prática prazerosa e que seja fácil de manter no dia a dia”, afirma Juliana Brescovicci, professora de meditação do Instituto Nacional de Meditação (SP).
Quais são os principais benefícios para a saúde?
Dentre as vantagens que surgem da prática regular da técnica destacam-se:
● redução do estresse e ansiedade;
● aumento de satisfação e melhor desempenho no ambiente de trabalho;
● diminuição da insônia e depressão;
● aumento de bem-estar e autoestima;
● estímulo da criatividade, inteligência e memória;
● fortalecimento do sistema nervoso e imunológico;
● redução da pressão arterial e de dores de cabeça;
● diminuição do consumo do tabaco, do álcool e de drogas ilícitas.

Veja Como o corpo reage à meditação
Há diversos estudos que relatam as alterações fisiológicas que ocorrem em pessoas que meditam. Na área cerebral, nota-se um aumento da integração e efetividade do cérebro e acontece uma ampliação das ondas cerebrais relacionadas ao relaxamento. Além disso, ocorre um menor gasto de oxigênio pelas células do corpo, redução da frequência cardíaca e diminuição da condutância elétrica da pele (devido ao relaxamento). “Em resumo, podemos dizer que o ato de meditar provoca uma redução do metabolismo e assim ocorre uma pronunciada desaceleração do funcionamento do corpo”, explica Cardoso.
O cérebro fica globalmente mais irrigado, aumentando a coerência e sincronia eletro-encefalográfica. Há ainda o aumento da concentração de dopamina, norepinefrina e serotonina (neurotransmissores), o que explica o aumento da sensação de prazer, motivação.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Foto Getty Images

Somos donos de nossos atos,

mas não donos de nossos sentimentos;

Somos culpados pelo que fazemos,

mas não somos culpados pelo que sentimos;

Podemos prometer atos,

mas não podemos prometer sentimentos...

Atos sao pássaros engailoados,

sentimentos são passaros em vôo.

 
Mário Quintana

domingo, 13 de maio de 2012

Vocabulário feminino

Leila Ferreira

Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma – para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: Descomplicar.


Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: Exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.


Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.


Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna.


Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano.


E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas.


Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala.


Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.


E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: Pausa e silêncio.


Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.


Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.


Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia.


Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.


Quanto à palavra dieta, cuidado: Mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar.


Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.


Uma sugestão?


Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: Gentileza.


Ter classe não é usar roupas de grife: É ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.


Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: Aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.


E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: Sonhar e recomeçar.


Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu,
sonhe que está beijando o Richard Gere... Sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça.


E recomece, sempre que for preciso: Seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares.
A vida nos dá um espaço de manobra: Use-o para reinventar a si mesma.


E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.


Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni.


Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.


Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica mais possível.



Leila Ferreira – É uma jornalista que adora colecionar histórias das loucuras e das manias femininas.

É autora do livro Mulheres: Por que Será que Elas...?, da Editora Globo.


Parabéns a todas as mães, mulheres imperfeitas!
Abraço virtual, Adriana Monteiro

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Estresse também é coisa de criança, infelizmente!

Foto: Getty Images 

 O estresse é uma reação natural do organismo frente a situações que nos demandem adaptação, sejam muito difíceis ou muito excitantes, desta forma acontece também em crianças independente de sexo ou idade. Assim como nos adultos, o estresse em excesso tem conseqüências desastrosas, não podendo, portanto, ser desprezado.

Negar o estresse infantil é negar a possibilidade de tratamento adequado. Desde que nascemos somos submetidos a situações geradoras de tensão como fome, frio excessivo, doenças, falta de cuidados, superproteção, mortes na família, más professoras, brigas familiares, pais neuróticos, mudanças, nascimento de irmãos. Essas situações de forma recorrente acabam por desencadear o estresse infantil, contribuindo para enfraquecer um organismo ainda imaturo e jovem.

O mundo tem cobrado cada vez mais respostas rápidas, bem como uma necessidade sobrenatural de acúmulos de informações. Para atender a essa demanda e necessidade de desenvolvimento global, quem sofre é a estrutura familiar, onde cada vez mais os pais têm cada vez menos tempo para dedicar-se aos filhos. Esses fatos cotidianos, geradores de ansiedade até para os adultos, acabam por provocar estresse nas crianças, desencadeando conseqüências tanto na esfera pedagógica como na esfera somática.

Na tentativa de suprir a ausência, minimizando os efeitos da autocobrança e culpas, os pais acabam por proporcionar às crianças, muitas vezes de forma precoce, as interações com o meio ambiente extrafamiliar. Pensando no futuro dos filhos, acabam por preencher integralmente os horários do dia.

È fato que as atividades extras ajudam a promover a socialização e desenvolvimento de habilidades físicas e cognitivas; porém não se pode negar que introduz a criança desde cedo as exigências naturais a uma vida adulta. O cenário infantil tem sido decorado cada vez mais de excesso de responsabilidades, pressa, competitividade e uma corrida desenfreada por desenvolver múltiplas competências. Não muito diferente do “mundo adulto moderno” recheado de falta de tempo, ausência de interação familiar e excesso de autocobranças, ansiedade e estresse.

Com tantas responsabilidades a cumprir, não resta tempo para o momento presente, para o “hoje”, tão imprescindível e irretornável! Na escala de prioridades o meio de construção de identidade e aprendizagem natural infantil: o brincar perde seu grau de importância. Não sobra tempo para ser criança! Essas responsabilidades e cobranças são muito pesadas e forçam os pequenos a recorrerem repetidamente às reservas de energia de adaptação gerando o estresse.

Estresse também é coisa de criança, infelizmente! E não dá mais para ignorar os danos causados por este mal. É de fundamental importância buscar um equilíbrio entre as demandas e os recursos internos infantis. Como não existe uma medida única, é necessário estar atento se as situações as quais as crianças estão sendo submetidas estão coerentes com sua habilidade, maturidade, estágio de desenvolvimento e nível de resistência.

O diagnóstico nem sempre é tão claro, pois os sintomas físicos e psicológicos que compõe o estresse se confundem, uma boa referência são as mudanças de comportamentos. Identificar os indícios é importante, mas torna-se imprescindível tratar o estresse em sua origem. Quando se trabalha a causa, além dos sintomas, o estado de tensão é minimizado, ensinando a criança a lidar com as demandas da vida, fortalecendo-a diante da vulnerabilidade ao estresse. Quando o estresse é tratado adequadamente, a criança – bem como o adulto – pode desenvolver meios para lidar com as tensões e os desafios de modo produtivo.

Adriana Monteiro

O que estamos fazendo com nossas crianças? Pensem nisto!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Foto: Getty Images


"Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão contas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" E isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!"
Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Um estresse que infecciona o corpo



Segundo pesquisa, pessoas muito tensas são mais vulneráveis a doenças por sofrer queda no sistema imunológico.

Há muito já se sabe que o estresse provoca alterações visíveis no corpo humano, como oscilações de humor, depressão, doenças cardíacas e respiratórias. Mas como, exatamente, uma vida corrida e cheia de atribuições pode influenciar diretamente a saúde de um indivíduo? Um estudo feito pela Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, investigou o tema e descobriu que o cortisol, hormônio relacionado à resposta imunológica do organismo, pode ser a chave para entender o mecanismo. O estudo foi publicado na edição de abril do jornal especializado Proceedings of the National Academy of Sciences.

Em situações normais, o cortisol funciona como a “arma” do corpo. É ele quem auxilia o organismo a combater infecções e inflamações. Segundo cientistas, contudo, períodos prolongados de estresse fazem com que as glândulas liberem grandes quantidades desse hormônio. Sheldon Cohen, um dos principais psicólogos envolvidos no trabalho, explica que, “sem uma regulação adequada desse glicocorticoide, a duração e/ou a intensidade das respostas imunológicas aumentam”. Isso significa que o risco de exacerbações agudas, como ocorre na asma e em doenças autoimunes, também se eleva. Assim como acontece na diabetes, em que o corpo passa a ser insensível à insulina devido à liberação dela em excesso, o indivíduo com altos índices de cortisol não é mais capaz de sentir os efeitos dele.

Com o sistema imunológico baqueado, o corpo se torna alvo fácil para doenças de toda a sorte. Para provar a tese, a equipe americana fez dois estudos em que expuseram voluntários ao vírus da gripe comum para observar a evolução da doença em pessoas estressadas. Uma vez que os sintomas não são causados pelo vírus em si, mas pela intensidade da resposta inflamatória desencadeada pelo corpo na tentativa de se livrar dele, a ideia foi medir e comparar essa resposta em cada um dos participantes.

Na primeira análise, 276 adultos saudáveis foram expostos ao vírus e monitorados em quarentena por cinco dias. Após entrevistas e exames, os estudiosos concluíram que, quanto mais estressados os indivíduos, menos o corpo deles apresentava respostas imunológicas. Não por acaso, esses foram os que mais ficaram doentes. A segunda etapa envolveu 79 pessoas também saudáveis. Dessa vez, o intuito foi observar a produção de citocinas pró-inflamatórias, responsáveis por enviar mensagens químicas que alertam o organismo quando há uma inflamação sendo formada. Ainda que seja um problema, Armando Ribeiro Neto, psicólogo clínico e consultor em Gestão do Estresse Ocupacional e Qualidade de Vida no Trabalho, explica que o estresse é uma reação normal de adaptação às adversidades da vida. Saber identificar se as preocupações estão passando dos limites, entretanto, é o primeiro passo para evitar que a condição “se espalhe” . “Alguns autores classificam o estresse em estágios: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão”, enumera.

Fonte: quarta-feira, 02 / maio / 2012 | Caderno - Vida Urbana - Diário de Pernambuco